Biografia: Esteves

        Luiz Álvaro Campos de Moraes Esteves, nasceu em Barbacena, Minas Gerais, aos 25 de agosto de 1959. É filho de Ruy Esteves e de Margarida Campos Esteves. Ainda criança, freqüentava em companhia de sua tia a residência de Ana Mangualde, que morava perto de sua casa, situada na Rua José Bonifácio, em Barbacena. Ana Mangualde era uma grande artista plástica barbacenense, famosa pelas rosas que pintava. Luiz Álvaro apreciava todo aquele ambiente; os quadros, os pincéis. Aquelas visitas eram um incentivo para a iniciação nesta carreira.

        Esteves, como assina em seus quadros, sem aulas, sem orientação e técnica, teve seu primeiro trabalho concretizado em 1978. Nesse mesmo ano, participou da exposição “Semana da Asa” na EPCAR (Escola Preparatória de Cadetes do Ar, Barbacena – MG).

        Até 1984, participou de várias exposições realizadas pela Sociedade de Cultura de Barbacena, quando, então, encontrou Frederico Bracher Júnior, grande pintor, que estava expondo suas obras na galeria da Telemig, em Belo Horizonte. Foram momentos de grande importância para ele. Ali mesmo, entre uma conversa e outra, Esteves adquiriu algumas noções de técnica, tintas, pinceladas e um grande incentivo. A amizade que havia nascido entre os dois foi interrompida pela morte do grande artista, meses após. Desde aquele ano, Esteves começou a expor nos poucos espaços existentes em Barbacena, a preparar as exposições individuais, como também expor em Belo Horizonte, Juiz de Fora, São João Del Rei, Tiradentes, Parati, etc. Passou a optar por uma proposta concretizada em paisagens de cidades históricas de Minas, seus casarões, Igrejas, praças, montanhas...

        Seu traço firme, suas cores e texturas presentes nos quadros transmitem a luminosidade de uma pessoa voltada para o belo e puro. Nas representações de Barbacena antiga, Esteves, realizando pesquisas, consegue colocar as cores no lugar certo. No livro de presença de suas exposições são muitas as mensagens deixadas pelos visitantes que, admirando suas telas, alegram-se ao retornar aos seus tempos de infância. Outras pessoas, que não tiveram a oportunidade de ver e vivenciar àquela época podem ver e sentir, através das obras de arte, o que infelizmente não foi preservado. Neste livro de mensagens se pode ver o registro do sucesso, presente em cada uma de suas exposições.

        Mas, Esteves tem os olhos e o coração atraídos também pelo mar, com suas embarcações, pescadores, as cidades litorâneas demonstrados pelos seus trabalhos, onde retrata as cidades de Parati (RJ) e Porto Seguro (BA).

        Esteves participou diversas vezes da Feira de Artes Plásticas “Semana da Asa” EPCAR (Escola Preparatória de Cadetes do Ar, Barbacena – MG). Participou do Prêmio Pirelli, São Paulo – Pintura Jovem, Masp – I Salão de Artes Visuais “Clóvis Salgado”, Palácio das Artes, Belo Horizonte – Várias exposições no Hotel Escola Grogotó, Senac – Festival de Inverno de São João Del Rei (MG), na antiga Funrei (atual UFSJ - Universidade Federal de São João Del Rei) – Palácio da Revolução Liberal em Barbacena – Espaço Cultural do Banco do Brasil, Salão Oficial de Juiz de Fora – Sociedade “Antônio Parreiras”, Juiz de Fora, onde por várias vezes recebeu o prêmio “Menção Honrosa”, Espaço Cultural do Banespa – Das mãos do Brigadeiro, recebeu a homenagem da Escola Preparatória de Cadetes do Ar de Barbacena – Em 1995, a convite, expôs pela primeira vez no Rio de Janeiro, no Salão de Artes do Clube da Aeronáutica, por ocasião do seu 50º aniversário, e recebeu o prêmio “Menção Honrosa”. Em dezembro do mesmo ano, ainda no Rio de Janeiro, participou do Salão da Marinha do Brasil onde recebeu o prêmio “Medalha de Bronze”. Logo em seguida é convidado a fazer parte em outro salão também no Rio de Janeiro.

        Em 1996, surge a oportunidade de fazer um curso de Restauração em Ouro Preto. O querer salvar obras de arte, bate mais forte. Esteves, indo para Ouro Preto, começou uma nova fase. Aquela obra de arte que está se deteriorando, quebrada, perdendo suas características originais, sendo atacada pelos insetos, com a restauração e conservação, agora é salva, preservada, e sua “vida” prolongada. Esteves vibra com a restauração. E desde então, os pincéis e as tintas foram guardados.

        Como foi criado no ambiente das igrejas de Barbacena e nas idas às cidades de Tiradentes e São João Del Rei, nas festas religiosas, Esteves aprendeu a valorizar mais a arte sacra. Em 1991, juntamente com o Apostolado da Oração, resolveram resgatar a pintura decorativa original da Capela do Santíssimo Sacramento. Então, fizeram contato com um restaurador para o trabalho. Esta restauração da capela despertou o seu interesse por tal arte. As constantes viagens a Tiradentes e São João, transportando peças para restauração, também o ajudaram muito. Em 1996, antes mesmo do término do curso de  “Conservação e Restauração de Bens Culturais” em Ouro Preto, Esteves já estava desenvolvendo os trabalhos de restauro ambiental da Capela do Senhor dos Passos da Matriz da Piedade em Barbacena, a pintura dos Anjos em adoração ao Santíssimo sobre o arco do cruzeiro, também na mesma Matriz, entre imagens e telas do século XVIII e XIX e outras obras de particulares.

        Envolvido com o curso em Ouro Preto, passou a trabalhar somente com conservação e restauração. Entre março e abril de 2005, nove anos depois, resolveu preparar uma exposição de suas telas para o final do ano. Seis quadros foram o início. Dias após a morte do Papa João Paulo II, foi divulgada no “Jornal da Globo”, da TV Globo, a notícia de que a cidade de Piracaia, interior do Estado São Paulo, precisava de um artista para retratar o novo Papa no forro da Igreja de Santo Antônio, a segunda, depois de Roma, que possui no teto o retrato de todos os Papas da história, dando continuidade ao trabalho do artista lituano, autor de todas as obras anteriores. Esteves se inscreveu, passando por duas seleções de artistas de vários Estados do Brasil. Finalmente Barbacena venceu com 2.435 votos. Esteves foi o escolhido para retratar o Papa Bento XVI. Este trabalho foi divulgado na Televisão (“Jornal da Globo”, TV Globo) e na mídia impressa (jornais e revistas, dentre elas a National Geographic). No mês de junho do mesmo ano, quando da “Estação Cultural de Barbacena”, Luiz Álvaro foi convidado para expor seus quadros no Restaurante Metropolitan. Desde então, conciliando restauração e pintura, Esteves volta a trabalhar suas telas.

        Três anos mais tarde, Esteves foi selecionado pelo College Art de Belo Horizonte para participar do XIII Circuito Internacional de Arte Brasileira, que foi realizado em Varsóvia/Polônia, Frankfurt/Alemanha e Viena/Áustria entre os dias 1 e 25 de Abril de 2008, representando a cidade de Barbacena e o Estado de Minas Gerais.

        Os mais de 30 anos de trabalho voluntário nas igrejas centenárias de Barbacena -, tanto na preparação das festas, como na conservação e restauração de seu acervo - foram para Esteves muito mais do que uma formação acadêmica, sendo uma inesgotável fonte de aprendizado pessoal e técnico, haja vista  o intenso contato com o sagrado e o artístico.

        É desta forma que Esteves, com seus quadros, com as obras restauradas e com a sua dedicação à Igreja, faz com que nos aproximemos da natureza morta e viva, do antigo e do presente, do sagrado trazendo até nós o sentido da vida, do amor e da paz.